segunda-feira, 31 de maio de 2010

Inferno astral?

E eis que aquela mesma Alice do país das maravilhas descobriu que não nasceu para o amor. Ela, que tantas vezes passeou por aqueles jardins, floridos de tanta felicidade que sentia no peito, percebeu de repente que todo aquele sentimento lindo que ela tinha no peito era dolorido demais, penoso demais, a ponto de ter que extravasar isso para o mundo e, ah, quando isso acontecia, era demais para quem a rodeava.

Alice pensou, algumas vezes durante o dia, em terminar com toda aquela dor. Talvez se dormisse um sono profundo por alguns meses, talvez anos. Mas quando acordasse lembraria-se dos poucos momentos de felicidade que já teve em sua vida, e a saudade destes momentos já seria demais. Ela não tinha nada, pelo menos naquele momento. Nenhum chá marcado com algum chapeleiro maluco, nenhum coelho falando do quanto está atrasada. Nem podia dizer tampouco que estava só... já que ela tinha como companhia as lembranças de felicidade e uma trilha sonora quase irritante tocando em sua cabeça... over and over again.

Nenhum comentário:

Postar um comentário